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Colunistas Destaque Rafaela Gurgel

Copa do Mundo e as diferenças

Começou mais uma Copa do Mundo, época que ficamos inebriados a uma imersão de valores, crenças, cultura e muito futebol. Nesta edição o país escolhido foi o Catar, pequeno, estratégico e riquíssimo em renda per capita. Também extremamente conservador e avesso a algumas crenças que para nós ocidentais é usual.

Apesar de restrições absurdas para atualidade, como intolerância a uniões homoafetivas, uso de bebidas alcoólicas e em alguns países proibida a presença de mulheres em estádios, outras situações nos surpreendem positivamente neste Mundial, como espaços reservados em três estádios para acomodar o público autista, com salas sensoriais, oportunizando acessibilidade. 

Tapetes coloridos, colchonetes sensoriais, projetores e luzes de led para recorrer quando se sentirem estressados são alguns recursos disponíveis nas salas. Por falar em efeito sensorial, estamos em meio a um período complicado quanto a soltura de fogos de artifício, festividades como a Copa e a proximidade dos festejos de fim de ano aumentam a proporção de seus efeitos. É importante ressaltar que há pouquíssimo tempo (em torno de 2 semanas), o prefeito de Mossoró sancionou a Lei Municipal nº 3.492/2022, que trata da proibição da soltura de fogos de artifício ruidosos. A fiscalização será feita pela Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito (SESDEM), juntamente com outras forças de segurança estaduais e federais.

As penalidades se darão por meio de multa no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), apreensão do material e obrigação por custear danos causados. Em caso de reincidência anterior aos 30 dias da primeira multa, será cobrada em dobro. A luta por uma lei dessa natureza vem de décadas, onde o maior público afetado (animais, autistas, idosos e gestantes) sofre grande dor pela sensibilidade auditiva. Crises sensoriais e de ansiedade podem, a partir de agora, ser evitadas e trazer alento e tranquilidade a essas pessoas e seus familiares.

Cabe a nós, enquanto sociedade, o poder fiscalizador. O Disk Denúncia é o número 153.

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Colunistas Destaque Natalia Santos

Pantera Negra e O Protagonismo Feminino Negro.

No mês da consciência negra, mais do que em qualquer outro mês do ano, as atenções se voltam para debater e agir contra o racismo e a desigualdade social. É justo que nesse mês o cinema nos presenteie com um filme que traz mulheres negras para um local de protagonismo.

Em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre havia um desafio em continuar com a história de Wakanda sem a presença do rei T’Challa, interpretado por Chadwick Boseman, que nos deixou em 2020. Essa ausência foi trabalhada da melhor maneira possível, trazendo as mulheres para papéis que seriam facilmente interpretados por homens: elas comandam exércitos, lutam, exercem influência e tomam decisões importantes.

Além de toda a exuberância visual do longa, o roteiro fica sempre à altura do Pantera Negra de 2018, conseguindo trazer a emoção para além das telas, com muitas cenas de suspense, ação e também alívios cômicos que funcionam sem parecer forçados.

Por fim, a escolha do filme por abrir caminho para um sucessor de T’Challa dá um sopro de ar para que a Marvel possa respirar, digerir a falta que Boseman faz e traçar novas histórias para serem contadas nos cinemas. Esperamos que as mulheres continuem fazendo parte delas.

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Cultura Destaque

Exposição Afrocentro, da artista visual Malu, será neste sábado (19) em Mossoró

Acontece neste sábado (19), em Mossoró, a exposição “Afrocentro” da artista visual potiguar Malu, em celebração ao dia da consciência negra.

O evento ocorrerá no conhecido Beco dos Artistas, a partir das 18h, no centro da cidade, com a proposta de um aquilombamento cultural que envolverá artistas potiguares das cidades de Mossoró e Natal.

A programação é composta pela rapper e ativista Cabocla de Jurema e o rapper de Natal, Cazasuja, tocando pela primeira vez em Mossoró. Cazasuja convida ainda outros artistas que compõem a cena do rap de Natal para fazer a festa coletiva, como Cafuzo da Baixada e Ujvlly.

O evento contará ainda com a participação de Thiago Odílio que realizará a discotecagem, para animar o público em meio a arte, cultura e o reavivamento de um espaço cultural esquecido pelo poder público da cidade.

O Beco dos Artistas já foi palco de inúmeras manifestações culturais de Mossoró e região e renasce com a proposta de trazer cultura e lazer em uma noite afrocentrada, assinada pela cabeça pensante de uma artista de apenas 25 anos de idade, que empresta seu corpo e suas obras ao expor em um evento de rua, de forma totalmente independente.

A atividade conta com o apoio da entidade estudantil máxima do estado, da União Nacional dos Estudantes, da deputada federal Natália Bonavides, professores da UERN, entre outros que acreditam na força e potência da juventude negra do estado. Todos e todas estão convidados a comparecer e prestigiar esse momento histórico para a vida cultural de Mossoró.

 19 de novembro às 18h

Beco dos Artistas, Travessa Martins de Vasconcelos, Centro.

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Destaque Violência contra mulher

Uern, com a participação de demais entidades, prepara agenda alusiva ao Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher

O Dia 25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher. Uma data que vem para reforçar a luta de combate e eliminação das várias formas de violência que afeta mulheres em todo o mundo. Em virtude da data, o mês de novembro se tornou um mês de luta, quando movimentos de mulheres em todo país se articulam por meio de uma série de ações que fortalecem o debate em torno da violência doméstica. Além disso, o 25 de novembro marca, também, o pontapé inicial para os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, uma campanha anual e internacional, que segue até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Segundo Suamy Soares, Coordenadora do Núcleo de Estudos Sobre a Mulher – Simone de Beauvoir (NEM/Uern), a violência contra mulheres, adolescentes e meninas tem sido uma pauta fundamental dos movimentos de mulheres nos últimos trinta anos.  “Apesar de avanços no campo da garantia de direitos e elaboração de legislações específicas, como a Lei Maria da Penha e a Lei do feminicídio (nº 13.104/15), ainda convivemos com dados alarmantes que dimensionam o Brasil no 5° lugar no ranking internacional de feminicídios”, destaca. Acrescentando que, o mês de novembro amplia o debate e chama atenção da sociedade brasileira para o desafio que é “a prevenção, punição e erradicação da violência contra as mulheres”.

Suamy aponta um estudo recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre feminicídios, que mostra uma realidade preocupante. “Em 2021, uma mulher foi assassinada, em média, a cada sete horas no país. Estima-se que uma em cada três mulheres tem vivenciado violência física e/ou sexual por parceiro íntimo ao longo da sua vida. A subnotificação das violências é um problema frequente que incide na estimação do número real de casos e na formulação de políticas de enfrentamento e prevenção à questão. Ademais, há entraves quanto a identificação por parte das mulheres das violências sofridas e a constituição de denúncia junto a rede de atendimento às mulheres”, explica.

No que diz respeito ao papel da Universidade dentro dessa realidade, a professora destaca a função que ela vem exercendo no sentido de incentivar a comunidade em geral a enfrentar as múltiplas formas de violência contra as mulheres e as desigualdades de gênero, seja fomentando projetos de pesquisa e extensão na área, seja encorajando as mulheres em situação de violência a buscar ajuda, rompendo o ciclo da violência dentro e fora do espaço acadêmico.

“A UERN em consonância com a sua função social e a necessidade de consolidar as pautas nos campos da diversidade, atendimento às mulheres e à população negra e indígena criou a Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (DIAAD)”, frisa.  A diretoria “tem por objetivo promover e concretizar políticas de promoção de igualdade e o reconhecimento das diferenças e diversidades no âmbito da Universidade”.

Semana pela vida das mulheres da UERN

18 de novembro, às 18h, na Praça do bairro Pintos – Espetáculo Mulheres à vista (Cia Bagana de Teatro)

21 de novembro, às 8h30, no Centro de Convivência – Espetáculo Mulheres à vista (Cia Bagana de Teatro)

24 de novembro, às 9h, encontro da Rede de Atendimento à mulher em situação de violência (Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher )

24 de novembro, às 8h, no Centro de Convivência – Feira de artesanato com mulheres empreendedoras

25 de novembro, às 16h, na Praça do Pax – Exposição “Os passos interrompidos pelo feminicídio”

25 de novembro, às 16h (online), Mesa Redonda: O papel das Universidades no enfrentamento às violências contra as mulheres. Facilitadoras: Dra Fernanda Marques de Queiroz (NEM/UERN) e Dra. Ilidiana Diniz – (Levante Contra o Feminicídio no RN/UFERSA)

25 de novembro, às 18:30, no Centro de Convivência – Sarau pela vida das mulheres

08 e 09 de dezembro – Capacitação dos vigilantes da UERN sobre a Lei Maria da Penha e o enfrentamento a violência contra as mulheres

Entidades que participam da agenda: Cia Bagana de Teatro, DCE-URN, NEM, Motim Feminista, Movimento de Mulheres Campesinas- MMC, Ouvidoria UERN, PROGEP, PRAE, Comissão Permanente de Enfrentamento às violências contra as mulheres, Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade – DIAAD

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Destaque Gerais

PL de Marleide Cunha instituiu o Dia Municipal de Tereza de Benguela e da Mulher Negra

A vereadora Marleide Cunha (PT) conseguiu aprovação de um projeto de grande importância histórica e social. Na sessão ordinária da última terça-feira (01/11), foi aprovado o Projeto de Lei que institui o Dia Municipal de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, na data de 25 de julho. 

Tereza de Benguela, líder quilombola, se tornou heroína para o povo negro do país, principalmente para as mulheres. A data é uma oportunidade para trazer à tona temas como o racismo, o machismo e a opressão de gênero que ainda estão em pauta e tem consequências maiores sobre a vida das mulheres negras. 

Nacionalmente o dia 25 de julho foi decretado em 2014 como Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, pela presidente Dilma Rousseff, com o objetivo de celebrar a vida e a luta de Tereza, reconhecida por liderar o Quilombo de Quariterê por mais de duas décadas. Por todo significado que a data representa, todo ano, o mês de julho é de memória, luta e reconhecimento para mulheres negras, e isso acontece por meio de várias atividades. 

Para Marleide, por vivermos em uma sociedade racista, machista e excludente, a luta e a resistência das mulheres negras sempre foram invisibilizadas pela história. Somando a isso, avaliando o contexto atual, a grande maioria das mulheres negras vive em situação de vulnerabilidade, pois são as que mais sofrem desigualdade no Brasil.   

“Instituir no calendário oficial do Município de Mossoró o Dia Municipal de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, é uma forma de preservação da nossa memória histórica e de reconhecimento da luta das mulheres negras líderes de resistências. Lutas estas, de bravas, corajosas guerreiras negras, são ignoradas, apagadas, pela história brasileira. Principalmente, devido a um racismo que encontra na misoginia um mecanismo de silenciamento. E nós precisamos apagar esse silenciamento, precisamos combater esse apagamento histórico dessas lutas. Por isso, a lei é importante, ela simboliza e reforça a luta das mulheres negras pela promoção da igualdade racial no Brasil e ajuda a gente a se reconhecer e conhecer a nossa história”, destaca a vereadora.     

A jornalista, pesquisadora e mulher negra, Pâmella Rochelle, destaca que a aprovação dessa PL a nível municipal, reforça a Lei instituída no Brasil pela presidenta Dilma Rousseff e contribui diretamente para um movimento de visibilização da história e das pautas das mulheres negras que ainda hoje são as mais afetadas pelo racismo e preconceito.

“Conhecer a história de Teresa de Benguela é conhecer a própria história do Brasil e das mulheres negras, tendo em vista que Teresa, conhecida como rainha Teresa, líder do Quilombo do Piolho, é um símbolo de resistência e luta contra as opressões raciais e sociais. Acredito que a PL contribui diretamente para que a população mossoroense não esqueça a história de luta e resistência do povo negro, como também que se fomente discussões étnico-raciais na sociedade de modo geral, levando os sujeitos a manterem uma atitude antirracista”, disse.

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Ady Canário Colunistas Destaque

Consciência negra é ação afirmativa contra o racismo

Uma das conquistas do Movimento Negro, por meio da Lei 12.519/2011 instituindo o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”, o 20 de novembro é um momento propício para reforçar a luta contra o racismo estrutural. O racismo se dá nas estruturas sociais de poder e em variadas dimensões. Nesse sentido, precisamos assumir uma postura ética e política nesse processo.

Entender o funcionamento do racismo na sociedade é uma etapa importante na atual conjuntura. São diversos episódios assustadores da violência racista contra negros/as. Quem não lembra:

– O ataque ao humorista Eddy Júnior com ameaça à vida;

– O assassinato brutal do jovem congolês Moïse Kabamgabe;

– Seu Jorge sofre racismo durante um show num clube;

– Jovens negros sendo vítimas diariamente de racismo em escolas;

– 66% das mulheres assassinadas eram negras.

São números muito tristes. Sem contar que, atualmente, no Brasil, uma pessoa negra sofre três vezes mais risco de ser assassinada do que qualquer outra. Esse contexto mostra a situação do racismo no país. Muito embora o debate racial tenha avançado, inclusive com a ressignificação da data, infelizmente somos um país fortemente racista.

Essa questão tem provocado movimentos de conscientização sobre a importância de valorizarmos a luta contra o racismo, uma vez que é importante denunciarmos tal fenômeno enraizado na cultura. Trata-se de assumirmos a responsabilidade. Por isso, a consciência negra antirracista é ação afirmativa, sim. Isso implica tratar a questão racial também do ponto de vista da igualdade de oportunidades e justiça, especialmente para mulheres negras.

Precisamos, sim, construir uma consciência negra. Conhecer mais sobre a história positiva dos africanos e negros. Consciência negra é construir relações étnico-raciais. É se orgulhar pelo pertencimento negro. Necessitamos desse dia para vivenciarmos com quem temos muito a aprender. A levar a raça a sério. Uma consciência nas dimensões de classe, classe, gênero, sexualidade, pessoas com deficiência, dentre outras diversidades!

Portanto, um intenso desafio para a prática e sonhos. Consciência antirracista e inclusiva. Por isso, precisamos aprender sobre a nossa história. Consciência negra é ação afirmativa da negritude. E precisa fazer sentido para todas as pessoas. É uma luta que não cessa para a superação das desigualdades raciais.

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Colunistas Destaque Rafaela Gurgel

Autismo moderado a severo e o impacto familiar

Há um certo tempo falei acerca do autismo nível 1 de suporte e algumas particularidades. Agora vamos discorrer um pouco sobre os níveis 2 e 3 de suporte, mais conhecidos popularmente como autismo moderado e severo. De acordo com o último Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), de 2013, a classificação do nível 2 é de necessidade de um pouco mais de suporte em sua rotina; e o nível 3, o indivíduo necessita de apoio substancial.

A necessidade de implementação de uma maior rede de profissionais é interessante no sentido de tornar atividades cotidianas do indivíduo mais eficazes, porém existe uma real e dura conjuntura neste público em específico, pois quanto maior a intensidade de atendimentos, maiores são a carga emocional, financeira e até mesmo logística para os responsáveis. 

Comumente, em autistas de nível 1, temos um tríduo que sustenta bem a base de acompanhamentos terapêuticos, como o psicólogo, fonoaudiólogo e o terapeuta ocupacional. O fato é que diante um nível 3 de suporte essa equipe base é acrescida por um nutricionista, fisioterapeuta, gastropediatra, entre muitas outras especialidades.

Especificando brevemente o tratamento que cada profissional faz temos a Psicologia (que conduz baseado em TCC – Terapia Cognitivo Comportamental, ou ABA – Análise do Comportamento Aplicada, as mais utilizadas); Fonoaudiologia (algumas voltadas para área de linguagem ou apraxia de fala); Terapia Ocupacional (voltada para Integração Sensorial de Ayres). Os profissionais que entram no tratamento, como nutricionistas (tratam sérios problemas com alimentação seletiva, deficiência e vitaminas, etc.), fisioterapeutas (que visam ampliar a parte motora. Geralmente autistas têm coordenação motora ampla e fina comprometidas com fraco tônus muscular).

Todo esse descritivo de acompanhamentos leva a uma sobrecarga descomunal, por isso os pais que têm filhos nesses níveis têm mais propensão a estresse, depressão, ansiedade e até mesmo desenvolver histórico de doenças crônicas. Fora o impacto financeiro entre as famílias, que muitas vezes se desfazem de bens e despesas no orçamento para tentar suprir um tratamento digno a seus filhos.  Precisamos que essa realidade transcenda os tratamentos via particular e planos de saúde para abranger a um público que necessita do mínimo atendimento via SUS.

Treinar pais também é primordial para continuidade e eficácia pós terapias. Pais treinados fazem a diferença na condução do tratamento; e os autistas níveis 2 e 3 podem, sim, evoluir para o nível 1 do espectro.

Desistir não é opção!

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Colunistas Destaque Natalia Santos

Um Olhar Verdadeiro Sobre as Bruxas do Cinema.

Outubro é marcado pelo Dia das Bruxas e, muitas vezes, o conceito de Bruxa é, ainda hoje, usado de maneira pejorativa para se referir a mulheres que se rebelam contra padrões ditados pela sociedade patriarcal.

Na Idade Média muitas mulheres foram perseguidas, acusadas de feitiçaria e bruxaria, por possuírem domínio no uso de ervas medicinais para curar enfermidades¹. Somente por volta de 1750, com a ascensão do Iluminismo, o movimento de “caça às bruxas” teve um “fim”.²

Por isso, venho aqui hoje falar com irmãs, bruxas, mulheres sábias e conhecedoras da natureza, para apresentar três filmes que falam verdadeiramente e de maneira disruptiva sobre a essência das Bruxas, pois só o conhecimento é capaz de libertar a mente humana dos preconceitos.

A Bruxa (2015)

Um filme de Robert Eggers, cuja história se passa em uma fazenda no século 17, quando uma histeria religiosa toma conta de uma família que acusa a filha mais velha pelo desaparecimento do seu irmão ainda bebê. A meu ver, aqui a mensagem principal é centrada em expor o fanatismo religioso que levou muitas mulheres a serem acusadas e mortas por serem consideradas bruxas.

The Love Witch (2016)

Escrito e dirigido pela cineasta Anna Biller, The Love Witch é uma comédia de terror e conta a história de Elaine Parks, uma bruxa moderna que usa feitiços e magia para fazer os homens se apaixonarem por ela com resultados desastrosos. Anna usa a narrativa envolvente para abordar conceitos como misoginia, os conceitos sobre o amor e libertação feminina.

As Bruxas de Eastwick (1978)

Um clássico do cinema com nomes consagrados como Susan Sarandon, Cher, Michelle Pfeiffer e Jack Nicholson. Nessa comédia, três mulheres entediadas que vivem na pacata cidade de Eastwick, na Nova Inglaterra, estão sempre imaginando o homem ideal, até que conhecem o misterioso ricaço Daryl Van Horne. Uma história que fala, acima de tudo, sobre como as mulheres não devem temer ser quem são e que não precisam seguir o papel a elas imposto pela sociedade.

 

Notas

1. https://brasilescola.uol.com.br/historia/bruxas.htm

2. https://catarinas.info/a-caca-as-bruxas-uma-interpretacao-feminista/

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Destaque Gerais

Coletivo Negras da Ufersa realiza Seminário de Educação e Antirracismo

O projeto de extensão Coletivo Negras da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), está com inscrições abertas para o I Seminário de Linguagem, Educação e Antirracismo, que acontecerá nos dias 24 e 25 de novembro. O Seminário dispõe de 100 vagas, que garantem a certificação integral de 15 horas. As inscrições podem ser feitas até o dia 1 de novembro por meio do SIGAA.

O tema “Mulheres Negras, Sociedade e Educação Antirracista”, divide-se em três eixos de discussões com as contribuições da comunidade interna e externa. De acordo com Pâmella Rochelle, jornalista, pesquisadora e uma das organizadoras do evento, este é o primeiro Seminário de Educação e Antirracismo de Mossoró. Ela fala da importância do seminário e destaca a participação da conferencista Matilde Ribeiro, doutora, escritora de literatura negra e professora na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afrobrasileira (UNILAB – Ceará).

“Com esse Seminário nós do coletivo NEGRAS desejamos fomentar a discussão racial tanto no âmbito acadêmico, educacional, como na sociedade de modo geral. Tendo em vista que a construção de uma sociedade mais justa e igualitária passa tanto pelas questões de gênero como de raça/etnia”, frisa.

Matilde, militante do movimento negro e do feminismo, tem uma trajetória de luta registrada. Foi Ministra Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, durante o Governo Lula e é reconhecida pela sua importância nas lutas pela implantação das políticas de igualdade racial no Brasil. Durante o evento, a professora abordará a temática “Saberes populares e acadêmicos: linguagem, educação e antirracismo”.

A conferência de abertura do evento será no formato online, no dia 24, e será transmitida pelo canal oficial da UFERSA no Youtube. No dia 25 a programação segue de forma presencial, no Auditório da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), localizado no Lado Leste do Campus de Mossoró. Pela manhã, a partir das 7h30, haverá a exibição do documentário Solo Negro e o lançamento da cartilha “Combate às Práticas de Racismo em Tempos de Pandemia”. À tarde, a partir das 13h:30, acontecerão rodas de “Linguagens Extensão, Discursos e Práticas Decoloniais” com três diferentes eixos: I “Racismo, inclusão e Juventudes Negras na Educação e Mídia”; II “Gênero, Diversidade Sexual e Violências Múltiplas”; e III “Justiça, Autoestima, Mulheres Negras no Campo e Cidade”.

Apoiam a atividade os Grupos de Pesquisas GEPEDS, Observatório do Semiárido e GEFOR, através dos estudantes e professores do Curso de Licenciatura em Educação do Campo e construção de parcerias.

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Destaque Gerais

Jéssica Mendes fala sobre a 2ª edição da Feira Bangalô 

Consolidar uma marca no mercado em meio a um cenário de grande competividade não é tarefa fácil, principalmente, quando estamos falando de empreendedores que não dispõe de tanta estrutura de marketing para que possa tornar a sua marca conhecida e, consequentemente, ampliar as vendas de seus produtos. As redes sociais são, atualmente, um espaço que tem facilitado a divulgação de uma marca ou empresa, no entanto, nem sempre é suficiente quando o objetivo é ampliar vendas e fidelizar clientes. 

Foi pensando em para além das vendas virtuais que surgiu em Mossoró a Feira Bangalô, uma iniciativa da empreendedora Jéssica Mendes, que já podemos considerar que deu certo. Prova disso está na adesão que vem tendo a segunda edição da feira que acontecerá no próximo sábado (08/10) na Cervejaria Cabocla, a partir das 16h. 

O evento se tornou destaque na cidade enquanto espaço para empreendedores e empreendedoras exporem seus produtos. Durante a exposição os visitantes podem comprar os produtos que estão à venda e ainda contam com várias atrações musicais locais, enquanto durar a feira.  

O crescimento do evento, especialmente em termos de número de participantes, registrado de uma edição para outra, já mostra o sucesso da ideia. Na primeira edição foram 32 expositores. Nesta, já são em torno de 50 inscritos. “A Feira Bangalô surgiu com o intuito de promover os empreendedores que estavam apenas no virtual, inicialmente prevalecendo o segmento do artesanato. Mas o projeto foi tomando forma, passou a agregar outros segmentos e, ao mesmo tempo, foi se alinhando a cultura de Mossoró. Hoje a feira promove arte, comércio e cultura local”, destaca.

A Bangalô vem atendendo o propósito que é impulsionar as vendas dos que atuam como micro empreendedores e torná-los conhecidos no mercado. Através de um evento que reúne cultura, música, exposição de uma variedade de produtos e comidas artesanais, a feira oportuniza, também, uma interação direta entre o empreendedor e o cliente. Uma interação que ultrapassa apenas o virtual, o que é uma grande vantagem para os pequenos empresários.  

Até o momento estão inscritos em torno de 50 expositores. Deste total, 90% é das inscrições são de mulheres. A idealizadora da Feira acredita que até lá podem haver novos inscritos, considerando que diariamente tem surgido interessados em participar.