Consciência negra é ação afirmativa contra o racismo

Uma das conquistas do Movimento Negro, por meio da Lei 12.519/2011 instituindo o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”, o 20 de novembro é um momento propício para reforçar a luta contra o racismo estrutural. O racismo se dá nas estruturas sociais de poder e em variadas dimensões. Nesse sentido, precisamos assumir uma postura ética e política nesse processo.

Entender o funcionamento do racismo na sociedade é uma etapa importante na atual conjuntura. São diversos episódios assustadores da violência racista contra negros/as. Quem não lembra:

– O ataque ao humorista Eddy Júnior com ameaça à vida;

– O assassinato brutal do jovem congolês Moïse Kabamgabe;

– Seu Jorge sofre racismo durante um show num clube;

– Jovens negros sendo vítimas diariamente de racismo em escolas;

– 66% das mulheres assassinadas eram negras.

São números muito tristes. Sem contar que, atualmente, no Brasil, uma pessoa negra sofre três vezes mais risco de ser assassinada do que qualquer outra. Esse contexto mostra a situação do racismo no país. Muito embora o debate racial tenha avançado, inclusive com a ressignificação da data, infelizmente somos um país fortemente racista.

Essa questão tem provocado movimentos de conscientização sobre a importância de valorizarmos a luta contra o racismo, uma vez que é importante denunciarmos tal fenômeno enraizado na cultura. Trata-se de assumirmos a responsabilidade. Por isso, a consciência negra antirracista é ação afirmativa, sim. Isso implica tratar a questão racial também do ponto de vista da igualdade de oportunidades e justiça, especialmente para mulheres negras.

Precisamos, sim, construir uma consciência negra. Conhecer mais sobre a história positiva dos africanos e negros. Consciência negra é construir relações étnico-raciais. É se orgulhar pelo pertencimento negro. Necessitamos desse dia para vivenciarmos com quem temos muito a aprender. A levar a raça a sério. Uma consciência nas dimensões de classe, classe, gênero, sexualidade, pessoas com deficiência, dentre outras diversidades!

Portanto, um intenso desafio para a prática e sonhos. Consciência antirracista e inclusiva. Por isso, precisamos aprender sobre a nossa história. Consciência negra é ação afirmativa da negritude. E precisa fazer sentido para todas as pessoas. É uma luta que não cessa para a superação das desigualdades raciais.

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