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Destaque Lutas Feministas

Mulheres de Mossoró realizam ato unificado pela vida das mulheres e em defesa da democracia neste 8 de março

Em Mossoró, o Dia Internacional da Mulher é tradicionalmente celebrado pelos movimentos de mulheres da cidade como uma data de luta. Neste ano, o ato do 8 de março tem como tema: “Pela vida das mulheres e em defesa da democracia”. Acontecerá a partir das 8h em frente à sede do Centro Feminista 8 de Março (na Praça da igreja do Perpétuo Socorro). Após café da manhã coletivo, as mulheres seguirão em marcha pelas ruas do centro.

O ato unificado do 8 de março é articulado entre os movimentos Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Núcleo de Estudos da Mulher (NEM), Coletiva Motim Feminista, Casa de Acolhimento às Mulheres Vítimas de Violência e Centro Feminista, sindicatos, movimento estudantil e demais movimentos sociais, além das mandatas da vereadora Marleide Cunha, das deputadas Isolda Dantas, Natália Bonavides e Divaneide Basílio. Estima-se a participação de 200 mulheres de Mossoró e região – Caraúbas, Apodi, Tibau, Governador Dix Sept Rosado e Assu.

De acordo com a representante da Marcha Mundial das Mulheres, Plúvia Oliveira, o 8 de março deste ano não poderia não defender a democracia: “Nós dissemos não ao golpe na presidenta Dilma, ecoamos os #elenão, resistimos com o Fora Bolsonaro e elegemos Lula presidente. Agora que temos nossa democracia de volta, precisamos fortalecê-la e que isso se traduza em um Brasil sem fome, sem violência e do bem viver pra todas nós”.

A luta em defesa dos direitos das mulheres acontece o ano todo, todos os dias. No entanto, o 8M é um momento de grande enfrentamento.

Para Telma Gurgel, da Articulação de Mulheres do Brasil (AMB) e militante da Motim Feminista “o ato do 8M representa força política das mulheres em defesa de uma vida sem violência, com mais emprego, com acesso a saúde de qualidade. Neste ano em particular, estamos comemorando a retomada da democracia no Brasil. Será portanto um ato especial.”. Telma acrescenta que, ainda dentro da programação do 8M, acontecerá a “Alvorada Feminista”, que consiste numa ação  artivista, que é feita diretamente na Estátua Dix-Sept Rosado na Praça Vigário Antônio Joaquim, a partir das 6h.

Larissa Ellem, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), ressalta a importância da participação de todas para a realização de um ato potente pela reconstrução do país.

“Com a eleição de Lula, nós mulheres, precisamos fortalecer as organizações e continuar na luta pelos nossos direitos para reconstruir o país. E, nós, mulheres camponesas, em toda nossa diversidade, demarcaremos nas ruas a importância do campo, da organização de mulheres e da luta pelos nossos direitos, dentre eles, a nossa soberania alimentar”.

Dentro da programação do ato será realizado o lançamento da preparação para a 7ª edição da Marcha das Margaridas: a maior ação de mulheres do campo da América Latina que, desde os anos 2000, reúne mulheres do campo, das águas e florestas de todo o Brasil em Brasília para reivindicar políticas públicas e igualdade e este ano se realizará em agosto.

*Evento cultural* – Na parte da tarde as mobilizações em torno do 8 de março seguirão a partir das 15:50h na Praça do Pax com feira e apresentações culturais de mulheres artistas de Mossoró.

 

Segue a programação cultural:

15h50 – Toré (Motim Feminista)

16h15 – Marília Kardenally

16h40 – Cabocla de Jurema

16h55 – Corde e apresentação de bonecas com Sammy Tenório

17h05 – Odara Júlia

17h25 – Nida Lira e Kelly Lira

17h40- Poesia com Elayne e Joriana

17h45- Vitória Fernandes

17h55- Coisa Luz

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Destaque Gerais

Plenária para construção do 8 de Março em Mossoró será nesta quinta-feira, 09

Mais um 8 de Março se aproxima, Dia Internacional de Luta das Mulheres e dia de ocupar as ruas, numa data que simboliza a luta histórica das mulheres e sua resistência. Para a construção do 8M em Mossoró, as diversas organizações engajadas no processo de articulação da mobilização, convidam todas as mulheres, entidades sindicais, movimentos sociais, coletivos, partidos, estudantes, a participarem da plenária ampliada que acontecerá nesta quinta-feira (09/02), a partir das 17h, na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Ufersa.

Alguns encontros entre as organizações já foram realizados. Desses encontros saíram alguns encaminhamentos que serão fechados a partir do que for dialogado na plenária com todos os grupos que estão diretamente envolvidos na construção do ato local. A ideia é que seja construído uma grande mobilização no dia 8, junto a outras ações que serão desenvolvidas ao longo do mês de março.

Suamy Soares, diretora de Acões Afirmativas e Diversidade e Coordenadora do Núcleo de Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir (NEM), reforça o convite e destaca a importância de uma participação ampla na articulação do 8M.

A gente está num momento de coalisão de forças e de defesa da democracia. E por isso, convidamos todas as forças sociais, coletivos, movimentos de mulheres, equipamentos sociais, partidos e grupos para participarem da plenária organizativa do 8 de março. Nesse 8M as mulheres saem as ruas para reafirmar nossas pautas principais: enfrentamento a violência contra a mulher, ampliação das políticas públicas voltadas para as mulheres, sejam elas de geração de emprego e renda, segurança alimentar, garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, e melhoria das condições de vida. E todas essas pautas estão ligadas a defesa do estado democrático de direito. Democracia sempre. Essa é a palavra de ordem desse 8 de março”, destaca.

Nos encontros anteriores algumas pautas foram levantadas. Além disso, as mulheres falaram das expectativas para o ato deste ano e colocaram sugestões, considerando a conjuntura atual. Dentro do que foi discutido até o momento, uma ideia é trabalhar estratégias de levar ações a alguns bairros populares, ou seja, planejar uma forma das mobilizações alusivas ao 8M chegarem a outros bairros de Mossoró, ampliando a participação da sociedade nas ações do mês de março.

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Destaque Gerais

Educação no Brasil: mero discurso político

Se há um instrumento eficaz e capaz de transformar a sociedade, esse instrumento é a educação, isso é fato e de fácil comprovação, basta observar exemplos de países como a Noruega e Finlândia, que ao investirem parte de seus recursos financeiros na formação de professores, nas condições estruturais de suas escolas, na remuneração salarial dos profissionais de educação entre outras medidas, obtiveram como recompensa o desenvolvimento de suas nações, ocupando assim, as primeiras posições no ranking mundial de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Há nesse sentido, duas visões de mundo que divergem entre os governantes dos diversos países sobre como gerir a educação de um povo: a primeira é encarar a educação como um gasto, uma despesa, e a segunda é vê-la como investimento.
Aqueles que veem a educação como gasto não a priorizam como relevante para a população e não enxergam o retorno vultoso que a mesma proporciona em um futuro próximo.
Ao contrário daqueles que compreendem os gastos em educação como um investimento, investem no desenvolvimento intelectual de seu povo que retribuem o investimento com a qualificação do trabalho contribuindo, consequentemente com o desenvolvimento do seu país.
É importante ressaltar ainda que, os países que enxergam a educação como investimento não se desenvolvem apenas economicamente, mas também eticamente e do pondo de vista do exercício da cidadania, pois desde cedo e de sempre se instrui e se forma cidadãos com conhecimento das múltiplas disciplinas e de seus direitos e deveres sociais através de investimento na qualidade da educação, o retorno também se apresentará através de menores índices de violência, mais tolerância, respeito, equidade, justiça social, qualidade de vida…
Aqui no Brasil, infelizmente, a visão de mundo sobre educação para muitos dos nossos representantes políticos é a de que a educação é um gasto e não um investimento. Para comprovar essa tese, podemos usar um fato real que ocorre todos os anos em muitas cidades e estados brasileiros: a luta dos professores pelo cumprimento da Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério.
Embora a Lei 11.738 tenha sido sancionada em 2008 e prescreva a regulamentação do piso salarial do magistério público da educação básica, desde que a lei foi sancionada, todos os anos há uma polêmica por parte dos órgãos federativos que anualmente alegam não terem condições financeiras para cumprir a lei ainda que a mesma apresente complementação financeira através da União segundo os critérios da lei.
Lamentavelmente mais uma vez a CNM (Confederação Nacional dos Municípios) orienta prefeitos a não concederem o pagamento do piso salarial do magistério, tal postura obriga profissionais da educação a lutarem pelo cumprimento da lei e do seu direito.
Ora, se os nossos representantes políticos descumprem uma Lei Federal, quanto mais se preocupam com o investimento e a valorização da educação no que se refere à melhoria da estrutura física das escolas, tecnologia, formação continuada de professores, realização de concurso público entre outras ações tão necessárias para uma educação realmente pública e de qualidade.
Enquanto a educação pública no Brasil não passar de um mero discurso político em época de eleição (em que propostas encantadoras são apresentadas e prometidas à população, mas que não são cumpridas pela visão limitada de educação como gasto ou pela má intenção de lucrar com a ignorância e miséria do povo) estaremos fadados a um país que nunca chegará a status de desenvolvimento, como bem disse Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
É preciso, portanto, que a luta pela educação de qualidade não seja apenas de professores, mas de toda a sociedade, pois o futuro promissor de qualquer nação inevitavelmente passa pela educação.
Paula Regina da Silva Duarte é Professora da Rede Estadual de Ensino, Mestre em Letras e Diretora de Juventude do SINTE/Regional de Mossoró.
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Destaque Política

Sônia Guajajara e Anielle Franco tomam posse em solenidade histórica

Na tarde de ontem (11/01), no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Lula, Sonia Guajajara toma posse como ministra dos Povos Indígenas, e Anielle Franco, como ministra da Igualdade Racial. Um momento emocionante e histórico que transmitiu um sentimento de força e esperança ao povo brasileiro.

Sônia que em 2022 foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, agora entra para a história como a primeira indígena a chefiar um ministério. A solenidade foi uma das mais emocionantes e marcantes do governo Lula. Além de ser a posse da primeira ministra indígena, uma simbologia de grande importância, é a primeira vez que o Brasil conta com um Ministério voltado para a causa dos povos originários.

 “A nossa posse aqui hoje, minha e de Anielle, é o mais legítimo símbolo dessa resistência secular preta e indígena do nosso Brasil. E nós estamos aqui hoje nesse ato de coragem, para mostrar que destruir essa estrutura do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, não vai destruir a nossa democracia. E aqui, Sonia Guajajara e Aniele Franco convocam todas as mulheres do Brasil para dizermos juntas que nunca mais vamos permitir um outro golpe no país”, Guajajara.

Ainda na mesma solenidade, Anielle Franco tomou posse do Ministério da Igualdade Racial. Num discurso emocionante, ela relembra a irmã Mariele Franco, que foi assassinada em 2018. Em seu discurso, Anielle garante transparência e seriedade em seu trabalho à frente da pasta.

“Nós estamos aqui porque temos um outro projeto de país: um projeto de país onde uma mulher negra possa acessar e permanecer em diferentes espaços de tomada de decisão da sociedade, sem ter a sua vida ceifada com cinco tiros na cabeça. Um projeto de país onde uma mãe de um jovem negro não sofra todos os dias na dúvida se o seu filho vai voltar pra casa porque ele corre o risco de ser assassinado pelo próprio estado.”

O evento foi um dos assuntos mais comentados na internet. O Hino Nacional foi executado na língua indígena Tikuna, e contou ainda com a representação da cultura de matriz africana, samba e música indígena. Um evento histórico que trouxe esperança para os brasileiros num momento tenso e crítico de ataques à democracia.

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Destaque Violência contra mulher

Uern, com a participação de demais entidades, prepara agenda alusiva ao Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher

O Dia 25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher. Uma data que vem para reforçar a luta de combate e eliminação das várias formas de violência que afeta mulheres em todo o mundo. Em virtude da data, o mês de novembro se tornou um mês de luta, quando movimentos de mulheres em todo país se articulam por meio de uma série de ações que fortalecem o debate em torno da violência doméstica. Além disso, o 25 de novembro marca, também, o pontapé inicial para os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, uma campanha anual e internacional, que segue até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Segundo Suamy Soares, Coordenadora do Núcleo de Estudos Sobre a Mulher – Simone de Beauvoir (NEM/Uern), a violência contra mulheres, adolescentes e meninas tem sido uma pauta fundamental dos movimentos de mulheres nos últimos trinta anos.  “Apesar de avanços no campo da garantia de direitos e elaboração de legislações específicas, como a Lei Maria da Penha e a Lei do feminicídio (nº 13.104/15), ainda convivemos com dados alarmantes que dimensionam o Brasil no 5° lugar no ranking internacional de feminicídios”, destaca. Acrescentando que, o mês de novembro amplia o debate e chama atenção da sociedade brasileira para o desafio que é “a prevenção, punição e erradicação da violência contra as mulheres”.

Suamy aponta um estudo recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre feminicídios, que mostra uma realidade preocupante. “Em 2021, uma mulher foi assassinada, em média, a cada sete horas no país. Estima-se que uma em cada três mulheres tem vivenciado violência física e/ou sexual por parceiro íntimo ao longo da sua vida. A subnotificação das violências é um problema frequente que incide na estimação do número real de casos e na formulação de políticas de enfrentamento e prevenção à questão. Ademais, há entraves quanto a identificação por parte das mulheres das violências sofridas e a constituição de denúncia junto a rede de atendimento às mulheres”, explica.

No que diz respeito ao papel da Universidade dentro dessa realidade, a professora destaca a função que ela vem exercendo no sentido de incentivar a comunidade em geral a enfrentar as múltiplas formas de violência contra as mulheres e as desigualdades de gênero, seja fomentando projetos de pesquisa e extensão na área, seja encorajando as mulheres em situação de violência a buscar ajuda, rompendo o ciclo da violência dentro e fora do espaço acadêmico.

“A UERN em consonância com a sua função social e a necessidade de consolidar as pautas nos campos da diversidade, atendimento às mulheres e à população negra e indígena criou a Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (DIAAD)”, frisa.  A diretoria “tem por objetivo promover e concretizar políticas de promoção de igualdade e o reconhecimento das diferenças e diversidades no âmbito da Universidade”.

Semana pela vida das mulheres da UERN

18 de novembro, às 18h, na Praça do bairro Pintos – Espetáculo Mulheres à vista (Cia Bagana de Teatro)

21 de novembro, às 8h30, no Centro de Convivência – Espetáculo Mulheres à vista (Cia Bagana de Teatro)

24 de novembro, às 9h, encontro da Rede de Atendimento à mulher em situação de violência (Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher )

24 de novembro, às 8h, no Centro de Convivência – Feira de artesanato com mulheres empreendedoras

25 de novembro, às 16h, na Praça do Pax – Exposição “Os passos interrompidos pelo feminicídio”

25 de novembro, às 16h (online), Mesa Redonda: O papel das Universidades no enfrentamento às violências contra as mulheres. Facilitadoras: Dra Fernanda Marques de Queiroz (NEM/UERN) e Dra. Ilidiana Diniz – (Levante Contra o Feminicídio no RN/UFERSA)

25 de novembro, às 18:30, no Centro de Convivência – Sarau pela vida das mulheres

08 e 09 de dezembro – Capacitação dos vigilantes da UERN sobre a Lei Maria da Penha e o enfrentamento a violência contra as mulheres

Entidades que participam da agenda: Cia Bagana de Teatro, DCE-URN, NEM, Motim Feminista, Movimento de Mulheres Campesinas- MMC, Ouvidoria UERN, PROGEP, PRAE, Comissão Permanente de Enfrentamento às violências contra as mulheres, Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade – DIAAD

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Destaque Política

Fome, miséria e ignorância: instrumentos de poder

Texto de Paula Duarte

 

Se a arte imita a vida ou vice-versa, eis a questão! Entretanto, utilizaremos o filme Mad Max: Estrada da Fúria como alusão ao título do presente texto para nossa reflexão. Na ficção cinematográfica, o povo vive a mais bárbara miséria, privados das condições básicas de sobrevivência como alimentação e água, aliás, a água é controlada pelo vilão e através desse poder o povo é escravizado e alienado, tornando seu vil algoz em uma divindade, um mito.

A realidade de muitos países em desenvolvimento segue a mesma lógica, e a fórmula é a seguinte: quanto mais fome e miséria, menos acesso à Educação e as condições devidas para absorver conhecimento e questionar sua realidade, consequentemente, mais o ambiente se torna propício para formação de uma sociedade anestesiada pela ignorância e criação de falsos mitos. Os líderes de países que utilizam essa fórmula, agem como boiadeiros que tangem a boiada para direção que lhes for conveniente, o povo transforma-se em massa de manobra facilmente manipulada.

Aqui no Brasil, vivemos essa triste realidade, os dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil realizada em junho deste ano revelam que 33,1 milhões de pessoas estão em situação de fome no país. Isso significa que só quatro entre dez famílias conseguem acesso à alimentação. A pesquisa revela também que o Brasil retrocedeu aos patamares equivalentes aos anos de 1990.

É fato, percebermos o crescente número de pedintes, moradores de rua, pessoas vasculhando o lixo para se alimentar, outras na fila do osso… Não à toa, o Brasil voltou a integrar o Mapa da Fome.

A proliferação alarmante da fome está atrelada a outro fator também preocupante: o alto índice de desemprego no país, cerca de quase 15 milhões, quando soma-se os número de desempregados e desalentados, conforme aponta o IBGE. Ou seja, no Brasil atual, três em cada dez trabalhadores e trabalhadoras estão desempregados. 

O efeito dominó segue a seguinte ordem: sem emprego, sem salário, sem condições de moradia, sem acesso à alimentação, ao fim só restam: a miséria e o sofrimento humano de milhares de famílias.

Governos que promovem fome e miséria não podem deixar de desinvestir em Educação e promover o sucateamento das mesmas, caso contrário, a fórmula de dominação de poder estará seriamente comprometida. Afinal, há uma máxima em protestos populares que diz assim: “O governo é contra a Educação, porque a Educação derruba o governo”. De fato, o povo consciente de seus direitos torna-se um instrumento letal para aqueles que se beneficiam financeiramente com miséria humana, com a fragilidade de leis trabalhistas, com a precariedade dos empregos, ao passo que garantem a manutenção dos seus status de poder através da miséria e da escravidão moderna.

Felizmente, o Brasil ainda é um país democrático em que a cada quatro anos o povo tem o poder de mudar sua realidade através da escolha de seus representantes por meio do voto. Por isso a importância da Educação em um país, pois é através dela que se deve construir cidadãos reflexivos, críticos e éticos. É através dela que pode-se levar o conhecimento da história e da importância do voto, por exemplo,  bem como o que é democracia e o porquê de lutarmos por sua defesa em tempos sombrios. 

Hoje, dia emblemático no Brasil, é dia de celebrarmos o poder de escolha de um povo por meio do voto, depositemos, pois, a esperança por dias melhores. Viva a democracia!

 

Paula Regina da Silva Duarte Mestra em Letras; professora da Rede Estadual de Ensino e Diretora da Juventude do SINTE/Regional.

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Cultura Destaque

Dia do Estudante: comemorar ou protestar?

Dia 11 de agosto, uma data emblemática para milhares de estudantes brasileiros, pois hoje é dia de celebrar a vida, o esforço e a dedicação de crianças, jovens e adultos que buscam o conhecimento por meio dos estudos.
Entretanto, neste dia de hoje, não só os estudantes brasileiros precisam fazer uma reflexão, mas toda a sociedade, afinal, o que os estudantes têm a comemorar?
Será a Emenda Constitucional aprovada em 2016 no governo do Presidente Michel Temer que congelou o investimento em Educação por vinte anos?
Serão os constantes cortes nas verbas que deveriam ser destinadas à Educação desde 2019 quando milhares de estudantes de escolas públicas, dos Institutos Federais e Universitários foram às ruas protestar pelo fato das instituições não terem condições de pagar gastos básicos como o consumo de energia ou manter a limpeza das instituições?
Será o abandono sofrido por milhares de estudantes no período da pandemia, especialmente os mais vulneráveis, que ficaram esquecidos por não terem acesso à internet e equipamentos tecnológicos que os amparassem no momento em que o distanciamento social era vital?
Serão os desvios de verbas do Ministério da Educação com a compra de kits de robóticas e a compra de ônibus escolares superfaturados para beneficiar aliados do governo e lobistas?
Serão os casos de corrupção envolvendo o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro e os seus comparsas pastores ao pedirem propina para ceder verbas do MEC para determinadas prefeituras que se dispusessem a aceitar os moldes da falcatrua?
Será a falta de uma política de educação que vise investir nas estruturas escolares sucateadas, bem como na qualidade de educação oferecida aos estudantes das capitais aos rincões deste país?
Pelo visto, aos estudantes brasileiros não há o que se comemorar já que a Educação é considerada a inimiga principal do maior representante da nação, o presidente. Nesse sentido, só resta aos estudantes, neste dia emblemático, tomar as ruas do país e protestar em prol da democracia, pois sem democracia não há Educação, não há perspectiva para a realização dos sonhos dos nossos estudantes.
Monteiro Lobato disse que: “Um país se faz com homens e livros”. Eu acrescento que um país se faz com homens, livros e investimento. Um país que não investe na Educação do seu povo, é um país fadado à pobreza, à miséria, ao fracasso e ao insucesso.
Jovens estudantes e sociedade brasileira, a quem interessa a ignorância de uma nação?
Lutemos estudantes, professores e familiares por dias melhores em que a educação romperá de vez com os grilhões da ignorância.
Paula Regina da Silva Duarte é professora mestre em Letras; professora da rede estadual de ensino e diretora da juventude do SINTE/Regional.
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Destaque Lutas Feministas

“Mulheres Juntas Pelo Brasil” ocuparão as ruas em ato unificado neste sábado

O aumento da violência contra mulher, do preço dos alimentos, que tem atingido de forma mais intensa a vida das mulheres negras e suas famílias. O racismo, o machismo e todos os retrocessos que têm consequências maiores sobre a vida das mulheres, são motivos para a construção do grande ato que acontecerá em todo o país no próximo sábado (13/08).

O chamado vem do Comitê Popular de Luta Nacional, “Mulheres com Lula”, o composto por diversas organizações feministas, como o Movimentos de Mulheres Camponesas (MMC), Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), GT de Mulheres da Associação Nacional de Agroecologia (ANA), e mulheres dos partidos que compõe a coligação da chapa Lula/Alckmin (PT, PSOL, PSB, PV, Rede), e outros movimentos sociais populares, como o Movimento Negro Unificado e do Movimento de Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), grupo que juntas construíram as propostas que farão parte do programa da chapa Lula/Alckmin.

A mobilização vai ser realizada em todas os estados brasileiros, e no Rio Grande do Norte, as mulheres das várias regiões do Estado se unirão em Natal, no calçadão da João Pessoa, às 9:30, para saírem em ato pelas ruas dialogando sobre como reconstruir o país a partir do protagonismo das mulheres.

Segundo Michela Calaça, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), o motivo principal de irem às ruas é para dialogar sobre o programa do governo Lula que, de fato, responde aos diversos desafios que a sociedade brasileira tem enfrentado, a partir do debate das mulheres e do entendimento de que esse programa está expresso em sua candidatura.

“O ato é uma realização de uma diversidade de organizações de mulheres que estão apostando no programa e na candidatura de Lula para colocar a vida das mulheres numa realidade mais digna. Um programa que aponta para o enfrentamento da violência contra mulher, que aponta como resolver a questão da carestia e da fome que tem atingido majoritariamente as mulheres negras no Brasil”, destaca.

Eliane Bandeira, presidenta da CUT, licenciada e pré-candidata a Deputada Estadual, diz que “só ganharemos essa eleição nas urnas, se tivermos durante toda campanha ações e lutas de rua. Por isso, é muito importante fortalecer o 13”.

Telma Gurgel, da Coletiva Motim Feminista, afirma que o momento é de ocupar as ruas mais uma vez para dizer não aos retrocessos do atual governo “que está condenando mais de vinte milhões de mulheres a viver na extrema pobreza e sujeitas ao aumento da violência, tanto a doméstica quando a violência das ruas. Em particular, a violência de gênero que tem sido recorrente em todos os espaços em nosso país. Neste sábado é dia das mulheres dizerem nas ruas que estamos com Lula, que vamos virar essa parte da história do Brasil, que vamos radicalizar nessa próxima conjuntura e que vamos garantir a vitória de uma proposta política que representa o interesse das mulheres e os interesses da maioria da classe trabalhadora”, ressaltou.

Isolda Dantas, Deputada Estadual e militante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), também chama atenção para importância do ato. “Fomos nós, mulheres, que estivemos nas trincheiras dizendo Ele Não. Sabemos o quanto o nosso país retrocedeu e que essa é a eleição da esperança do povo brasileiro. Temos um papel fundamental nessa disputa para reconstruir nosso país para a classe trabalhadora, sem fome, sem machismo, sem racismo, sem lgbtifobia. Neste 13 de agosto vamos mostrar que estamos prontas e somos muitas. Vamos sem medo!”

A Deputada Federal, Natália Bonavides, destaca que o país passa por um momento crítico e que as eleições surgem como o caminho para se chegar a mudança. “Estamos vivendo tempos duros. Aumento da fome, desemprego, miséria, violência crescente contra pessoas mais vulneráveis. Temos um caminho a seguir para melhorar a vida da classe trabalhadora e esse caminho passa pelas eleições. Essa é a eleição das nossas vidas. É sobre vida ou morte. Por isso, dia 13, nós, mulheres, vamos ocupar as ruas de todo o país pela vida, por direitos e democracia e juntas venceremos. Até a vitória”, diz.

O chamado oficial do ato estende-se a todas as mulheres brasileiras: “nós mulheres trabalhadoras dos campos, nas águas, florestas e cidades, de todos os recantos do país, que sempre estivemos na linha de frente das lutas populares por direitos e por melhores condições de vida e pela construção de outra relação entre os seres humanos e a natureza, convidamos todas a estarem conosco nas ruas no dia 13 de agosto de 22, para mostrar o Brasil que queremos, um Brasil sem machismo, racismo, violência, desigualdades e exclusões sociais”.

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Destaque Política

Nós mulheres e as eleições Nacionais de 2022

Texto de Michela Calaça

Inspirada no que nos lembra a música do grupo CoisaLuz quando canta: “Mulheres que caminham juntas, ninguém é capaz de domar” , quero trazer a memória o #EleNão de 2018, momento que várias mulheres de distintos espectro político, de distintas religiões, cores, lugar de moradia e inclusive diferentes classes sociais, apontavam que um candidato que defendia armas, que tinhas atitudes racistas, machista e LGBTfóbicas, que além disso era completamente despreparado para governar o país, traria retrocessos em todos os âmbitos da vida social, mas isso teria um impacto ainda maior na nossa vida.

Estávamos certas!

Vivemos hoje em um país que a fome voltou de forma massiva e quem mais tem que lidar com essa realidade são as mulheres negras. Quem ainda não está vivenciando diretamente a fome, está vendo sua alimentação piorar dia após dia, pois os preços dos alimentos dificultam inclusive os setores médios a ter acesso a mesma comida que tinha antes. E nesses setores médios também são as mulheres que tem que lidar com a cobrança de fazer mais com menos, mas é preciso perguntar se com outra política econômica, social e ambiental seria preciso fazer mais como quase nada, como ocorre hoje.

O desastre econômico, ambiental e social do governo Bolsonaro dificultou a vida de toda a sociedade, mas quando a vida piora para todo mundo ela piora mais para nós. Somos as que mais perdemos os empregos, temos tido a nossa jornada de cuidados muito ampliada, quando o Estado não cumpre seu papel na saúde pública e gratuita para todos os tipos de adoecimento, quem cuida?

A política do governo Bolsonaro foi diminuição do papel social do Estado, o que nos sobrecarrega diretamente; a diminuição do número de beneficiadas pelo Bolsa Família jogou inúmeras mulheres e suas famílias na miséria. A política de enfrentamento a violência contra mulheres e crianças teve o menor recurso dos últimos anos e mesmo assim não foi complemente executado. E ao mesmo tempo o ministério trabalhou no sentido de dificultar o acesso das mulheres ao diretos sexuais e reprodutivos já conquistados, como também a própria denuncia dos casos de violências sofridas pelas mulheres.

Vimos os nossos direitos serem retirados dia após dia, diretamente ou de forma indireta, fizemos muitas lutas contra isso, mas um governo que entende o povo como inimigo, não escuta reivindicações.

A Pandemia nem queremos mais ouvir falar nela, tão difícil e desastrosa ela foi na nossa vida, fomos que mais perdemos emprego, seja porque a economia piorou pelas opções desastrosas desse governo que só quer melhorar a vida dos extremamente ricos, seja porque não sendo possível pagar por cuidados que o Estado deveria fornecer, voltamos para casa. Convido todas as olhar na sua vida qual a política do governo Bolsonaro que pode ser lida como positiva.

Foi difícil ler até agora, muita lembrança difícil, mas se você chegou até aqui, entenda que nossa intenção é dizer poderia ter sido diferente e que podemos esse ano apostar em um projeto que traga esperança de melhora que as propostas dialoguem com as necessidades reais da nossa vida cotidiana. Até mesmo o desastre da pandemia poderia ter sido menor. Um governo que pensa no social, ambiental e no econômico como uma relação complementar teria enfrentado esses desafios de forma diferente.

A eleição não é apenas uma disputa entre pessoas que querem governar um país. Ela muitas vezes se apresenta assim, mas a disputa real é entre projetos de país. Nem sempre temos grandes diferenças entre os candidatos como teremos esse ano. Essa eleição carrega consigo a disputa de projeto de sociedade, o reforço a violência como modo de governo ou algo que se contraponha a essa lógica.

Optaremos entre a ampliação do conservadorismo reacionário, que significa menos direitos em especial para mulheres e negros, que significa uma maior ampliação da fome, da destruição ambiental em nome do enriquecimento de muitos poucos que já são muito ricos. Ou um projeto que tem na possibilidade de todas as pessoas comerem três vezes ao dia, uma forma de ampliar direitos das mulheres, ampliação do papel do Estado na saúde, educação, geração de emprego e renda, como também ver a natureza não como um entrave ao desenvolvimento, mas como potencial brasileiro para uma economia soberana.

Eleição influencia na nossa vida, do preço do pão até a possibilidade ou não de ver futuro para nossos filhos e filhas. Quando menos Estado para o povo, mais trabalho e escravidão para as mulheres. Em 2022, nós precisamos fazer uma escolha pela defesa da vida em todos os níveis, pois é isso que historicamente nós mulheres sabemos fazer seja na cidade, no campo, na floresta ou nas águas.

Esse artigo é um convite ao diálogo comigo, mas também com suas vizinhas, amigas, colegas de trabalho, familiares, se reúna com outras mulheres para discutir como essa eleição pode melhorar ou piorar a nossa vida.

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Destaque Gerais

Cebi realiza Vigília de Oração Pela Vida das Mulheres na praça São José, as 18h

Faltam poucos dias para o 8 de Março. Em Mossoró uma série de atividades estão programadas para acontecer, como é o caso do grande ato na Praça do Pax, às 16h30, e outras já estão sendo executadas. Além do ato principal, as organizações e coletivos feministas já vêm desenvolvendo ações alusivas ao 8M.

Neste sábado (05) acontece a Vigília pela Memória das Mulheres Presentes na Caminhada, na Praça Pe. Guido Tonelloto (Praça da Igreja S. José), às 18h. O ato é organizado pelo Centro de Estudos Bíblicos (Cebi), que integra as entidades que lutam pela Vida das mulheres.

De acordo com Zélia Cristina Pedrosa, da assessoria da Cebi, é importante a presença de todas em mais um momento de luta. Na Vigília serão lembradas, especialmente, as mulheres que se dedicaram à luta antes de nós.

“Como entidade ecumênica que se dedica à leitura libertadora da Bíblia, nós propomos uma vigília de oração, preparando esta jornada de lutas. Celebramos a grande bênção de sermos mulheres. Nossas ideias, nossos dons, tudo o que nos faz mulher e que nos fortalece cada dia para seguir lutando e abrindo caminhos para que este mundo seja diferente, inclusivo e igualitário em relação a direitos e oportunidades”, destaca Zélia.

O momento é de recordar as muitas mulheres que abriram caminhos e lutaram pelo fim da violência contra mulher e reivindicaram nossos direitos. “Unimo-nos em uma corrente, em uma rede com toda nossa rica região latino-americana e caribenha para celebrar este dia, dando graças a Deus por nos criar à sua imagem e semelhança, delicadas e fortes, sensíveis, inteligentes e valentes, lutando dia a dia e fazendo que nossas vozes sejam escutadas”, finaliza.