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Coletivo Negras encerra ciclo do Encontro Formativo de 2021 abordando a obra de Angela Davis

O Coletivo Negras – Núcleo de Estudos de Gênero, Relações Étnico-Raciais, Aprendizagens e Saberes do Semiárido, vai estar concluindo, nesta sexta-feira (26), o ciclo de Encontros Formativos do semestre 2021.

O próximo e último encontro desse ano vai abordar a temática Mulheres, Raça e Classe, inspirada na obra de Angela Davis, e terá como facilitadora a professora da Ufersa, Auristela Crisanto da Cunha.

Auristela explica que os encontros formativos e palestras do grupo são sempre voltados à pauta inclusiva e respeito à diversidade, com preponderância da temática negra, que é a razão primeira do projeto. “De minha parte, farei uma apresentação sobre Angela Davis, em Mulheres, Raça e Classe”, frisa.

Segundo Ady Canário, professora da Ufersa e coordenadora do projeto, o Encontro de novembro, conclui o ciclo que foi iniciado antes da pandemia com o estudo de autoras negras, a partir do olhar das participantes do Coletivo Negras. Apesar de ter sido adaptado a um novo formato, Ady destaca que o projeto foi imenso e bem recepcionado.

“Os encontros foram mensais e adaptados ao remoto. O balanço é positivo por afirmar um espaço interdisciplinar e estendido a escola e comunidade, dando visibilidade às mulheres negras e suas próprias leituras e partilhas”, disse.

Ao longo dos encontros foram trabalhadas autoras como Djamila Ribeiro, Carla Akotirene, Joice Berth, Bell hooks, Chimamanda, Sandra Petit, Vilma Piedade e, por último, Angela Davis.

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Destaque Matracas Literárias

Esta não é uma metáfora

Não me ofereça a sua pia cheia de louça,  mas se eu quiser lavar, aceite. Retribua-me com beijinhos e companhia. Pegue o pano para secar.
Não  me venha com nódoas na roupa para eu esfregar até que fiquem novamente alvas; mas se quiser parceria para testar uma solução, pode me chamar.
Não finja que o banheiro não precisa de limpeza. Façamos um acordo para que esteja sempre limpo e tomemos banho juntos ao anoitecer.
O que foi que houve com o prazer de cuidar? Quando nos perdemos delegando coisas tão importantes da nossa intimidade? Como chegamos ao ponto de nos envergonharmos da vida real?
Por que eu seria convidada a  sentar à sua mesa e provar a melhor comida, e por outro lado inferior por querer lavar os pratos?
Às vezes me assusto em ver como evitamos que nossos convidados mais esperados descubram a sujeira das nossas panelas. Como se fosse possível entregar só o que é bom. Talvez isso nem exista. Nem há graça em ser perfeito o tempo todo.
Talvez a gente precisasse esconder menos as nossas “áreas de serviço”, e se divertir mais lavando o chão. Para que nossos ‘segredos’ sejam do tamanho que são, e não maior do que nós. Para que a intimidade não nos intimide, mas nos liberte.
Tem coisa mais linda do que uma casa limpa?
Tem coisa melhor do que saber ser responsável por isso?