Categorias
Gerais

SEAPAC e FACISA realizam oficinas com mulheres de comunidades rurais no interior do RN

Estimular a autonomia das mulheres das comunidades rurais, levar informações sobre diversos temas, promover engajamento nas relações sociais são objetivos de um conjunto de oficinas que vem sendo realizado a partir de uma parceria entre o Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos (SEAPAC) e a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairí (FACISA/UFRN) nas comunidades rurais com as mulheres que são acompanhadas pelo SEAPAC. As oficinas estão sendo ministradas pelas estagiárias de Psicologia Comunitária e Ambiental da unidade acadêmica FACISA/UFRN, um trabalho que já vem sendo realizado pelas estudantes desde 2019, porém teve que ser interrompido em 2020 devido à pandemia, mas agora está sendo retomado presencialmente.

De acordo com a estudante de psicologia, Amanda Rezende, uma das que ministram as oficinas, as primeiras atividades desse projeto foram realizadas na comunidade rural Salgadinho, do município de Sítio Novo/RN, em parceria com o médico da família e comunidade da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Município, com quem foi desenvolvida a pesquisa intitulada “Como as mulheres do campo constroem sua saúde? Estudo em uma comunidade no interior do nordeste brasileiro”, na qual abordaram a temática saúde, cuidado e adoecimento.

Na última semana, um conjunto de oficinas foi realizado com as mulheres da comunidade Serra Verde, em Lajes Pintadas – RN, com o tema voltado para a autonomia das mulheres no campo. O objetivo é chamar a atenção dessas mulheres para a importância que elas exercem na sociedade. “Esse ano nós nos vinculamos ao SEAPAC que acompanha cerca de 70 famílias das comunidades rurais do município de Lajes Pintadas/RN. Em parceria com o projeto de extensão “Mandacaru Consultoria” da FACISA/UFRN, nós realizamos as primeiras oficinas com as mulheres das famílias acompanhadas pelo SEAPAC”, explica.

Durante esse mês de dezembro, estão sendo realizadas as primeiras oficinas presenciais no formato de roda de conversa com essas mulheres. Estão participando, além das estagiárias de psicologia Amanda Rezende, Évilla Fernandes e Ana Beatriz Oliveira, um total de 14 mulheres, que estão distribuídas entre 3 comunidades acompanhadas pelo SEAPAC, que são Serra Verde, Malagueta e Catolé.

“Durante as oficinas, apenas mulheres participam, sem a presença de nenhum homem, o objetivo é garantir um espaço acolhedor para que elas possam buscar orientações, compartilhar suas vivências e fortalecer as redes de apoio dentro da própria comunidade. Neste momento, nosso objetivo é promover a reflexão e discussão das mulheres sobre autonomia, direitos e o papel que elas exercem na comunidade”, frisa.

Amanda ressalta que a tarefa delas nas oficinas é de mediar, uma vez que todo o processo é construído e direcionado pelas mulheres.  “Desde a escolha das temáticas até o momento da roda de conversa. Essas atividades têm estimulado o protagonismo das mulheres no seu dia a dia na comunidade, além de fortalecer o vínculo entre elas que são, geralmente, a única rede de apoio acessível, uma vez que a maioria dos serviços se encontra distante, nos centros urbanos”, destacou.

Para Amanda, a experiência de acompanhar o serviço e a realidade das comunidades rurais no decorrer do estágio possibilitam unir a teoria e prática, promovendo intervenções contextualizadas com a realidade dessas pessoas. “Assim, orientar essas oficinas tem sido uma experiência ímpar para nossa formação profissional, abordando diversos assuntos e conhecendo essas múltiplas experiências da vida”, finaliza.

Categorias
Colunistas Luane Fernandes

Bell hooks e seus ensinamentos: um legado ancestral

bell hooks padece e com ela nasce uma ancestral, pois a vida não se finda com a morte.
bell hooks me ensinou que um povo sem ancestralidade é como uma árvore sem raízes.
bell hooks me ensinou que o amor é mais do que um sentimento, o amor é uma ação.
bell hooks me ensinou que devemos transgredir as amarras do colonialismo,  racismo, sexismo e imperialismo, e o caminho é a educação.
bell hooks me ensinou que o feminismo é para todos e todas.
Seu olhar opositor, esse olhar rebelde e combatente, me ensinou também que há poder no olhar. E há poder também nas palavras e nas ideias, e as suas jamais morrerão.
Antes de bell, existia outra Luane. Sou grata aos seus ensinamentos sobre amor, sobre as formas de cuidado, autoestima, raça, representação, luto, justiça, liberdade e tanto mais. Sou grata por ter bell hooks comigo, me acompanhando e sendo alicerce. Meus escritos não seriam os mesmos sem os escritos de bell hooks.
Com ela, fica o seu legado por um mundo mais justo, pelo ensino como um foco de resistência, por consciência, contra a opressão, transformando a sociedade sem reforçar a dominação.
Vamos refletir mais sobre o amor, sobre a educação, sobre justiça. Precisamos alcançar a verdadeira liberdade. Precisamos repensar o auto ódio da negritude e renovar as formas de pensarmos e amarmos a nós mesmos.
O nome é no diminutivo, para honrar a sua avó, mas ela foi e permanecerá gigante, sempre nos inspirando.
Por bell hooks, uma das maiores pensadoras do pensamento feminista negro, nas escolas, desde à base, até as agendas acadêmicas de ensino. Por bell hooks, vamos relembrar sempre as suas palavras: a prática do amor é a maior ferramenta contra as políticas de dominação.
É com axé, dororidade, através águas do atlântico negro, da diáspora negra, que bell hooks nos trouxe tanta sabedoria.
“Odo nyera fie kwan” O amor ilumina seu próprio caminho, nunca erra o caminho de casa.
Texto de Luane Fernandes.