Se aproxima o dia 2 de abril, data que é comemorada mundialmente o Dia da Conscientização sobre o Autismo. A origem deste evento foi idealizada pela Organização das Nações Unidas, em dezembro de 2007, tendo como objetivo alertar sociedade e governantes para informações sobre esta deficiência e derrubada de preconceitos. O autismo é um transtorno que afeta milhões de pessoas no mundo todo.
É bem verdade que se diga que, após esta data e de todo significado que ela traz, ainda estamos engatinhando quanto ao entendimento para maioria da população e garantia de direitos em vários âmbitos. No Brasil, entidades públicas e privadas se unem celebrando palestras e diversos eventos para informar e conscientizar pessoas sobre o autismo e como lidar com ele.
Antes de falarmos dos desdobramentos acerca de como conscientizar sobre o autismo, primeiro faz-se necessário entendermos o espectro e de que maneira ele afeta o indivíduo e as pessoas que o rodeiam. O Transtorno do Espectro Autista, ou simplesmente TEA, é um distúrbio do neurodesenvolvimento cercado de déficits comportamental, linguístico e sensorial de uma complexidade que dificulta o entendimento de quem é leigo no assunto.
Quanto antes observados os atrasos e obtenção de respostas através de intervenções, mais ganhos serão possíveis ao indivíduo com esta deficiência. A busca por melhorias deve se dar em meio à família, onde esta pode relatar ao pediatra, em consultas de rotina, atitudes que presenciam no dia a dia, como: falta de contato visual, comunicação prejudicada, pouca ou nenhuma interação social, entre outros aspectos.
Podem ser feitas observações em vários ambientes de convívio da criança, ir pontuando e registrando as situações através de fotos e vídeos para compor material que embase o processo. Sabemos que não é tarefa fácil lidar com uma situação assim tão divergente, mesmo porque existem muitas coisas envolvidas, medo de um possível diagnóstico, conflitos familiares, frustração, impotência, culpa…
Já que estamos falando em conscientização precisamos nos fazer entender enquanto cidadãos com direitos perante à Constituição. Em seu art. 5º, a Carta Magna fala dos direitos fundamentais inerentes à condição humana. Destacarei o direito à saúde, dentre os mais elementares, para externar o horror que vivenciamos há bem pouco tempo.
No dia 23 de fevereiro passado houve no STJ (Superior Tribunal de Justiça) um processo que foi julgado sobre o rol taxativo da ANS. Exemplificando, isto quer dizer que as operadoras de planos de saúde são desobrigadas a cobrir procedimentos que não estejam elencados na lista. Isto é uma afronta a todos os usuários que recorrem a cobertura dos planos e que, se realmente for colocada em prática, será um desserviço sem igual a toda sociedade que vai em busca de tratamento para as mais variadas enfermidades.
Talvez você que esteja aí lendo agora sobre isso nem faz ideia do tamanho da gravidade que uma medida dessa venha a causar, ou nem tenha ouvido falar deste assunto. Basta entrar nas redes sociais e buscar um vídeo que teve milhões de visualizações e compartilhamentos, onde Marcos Mion fala muito bem sobre a condição que esta medida causaria às famílias de pessoas com autismo, que fazem tratamento contínuo, bem como também indivíduos imunossuprimidos, pacientes oncológicos e todos aqueles que fazem tratamentos contínuos e onerosos às operadoras.
Todos esses aspectos aqui elencados são só a ponta do iceberg ao nos reportarmos a um transtorno tão diverso e complexo. No próximo texto falaremos mais sobre o dia 2… Até breve!