“Ninguém nasce odiando o outro pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar” – Nelson Mandela
Em 23 de agosto celebra-se o “Dia Internacional para a memória do tráfico de escravos e sua abolição”. A UNESCO, organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura destaca a importância da rememoração pelas vítimas da escravidão no mundo.
Esse marco produz sentidos de seu papel no passado, presente e futuro cuja data nos lembra do Levante de 1791 em São Domingos, atual República do Haiti na luta abolicionista do tráfico transatlântico de escravos. Uma referência histórica que traz vínculo com a violência racista.
Nesse sentido, relembrar esse “Dia Internacional em Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição”, na Década Internacional de Afrodescendentes, obviamente, não apaga as marcas do sofrimento imposto ao povo negro, mas se torna necessário, pois é crucial quebrar o silêncio por conta do racismo legado da escravidão e que ainda persiste no Brasil.
É muito difícil lidar com esse processo. Até por que, fomos o país onde mais demorou esse perverso sistema. E, especialmente para as mulheres negras reduzidas nas suas condições de classe e raça, como descreve Ângela Davis.
Segundo dados apontam entre 1995 a 2021 mais de 55 mil trabalhadores foram resgatados em trabalho análogo à escravidão. Ou seja, a abolição se deu, contudo o racismo continuou e segue se reconfigurando.
Por mais doloroso que seja, lembrar da escravidão é refletir no presente sobre quebrar as correntes desse racismo. Sobremodo, para que todos os descendentes de povos escravizados sejamos verdadeiramente livres.
Ao destacarmos nossa memória e história, lançamos olhares para o enfrentamento às variadas formas de preconceito na sociedade. Precisamos quebrar todas as correntes que ainda nos aprisionam nas relações de poder coloniais e no silêncio pelas vidas ceifadas até hoje. Racismo que nos violenta e mata todo dia.
A luta pela liberdade continua! Por mais reparações para a população negra e pelo fim das desigualdades raciais. Precisamos aprofundar e falar do legado da escravidão negra!