Créditos: Francisco Mariano

Mulheres formam comitês populares de luta para discutir a reconstrução do país

O ano de 2022 é, sem dúvida, de grande impotência para o futuro do Brasil. Diante de todo o retrocesso que o país vem sofrendo, dos efeitos destrutivos do atual governo, do aumento no preço dos alimentos, do índice de desemprego, de pessoas em situação de vulnerabilidade, não há outro caminho que não seja levantar uma base forte de luta. 

É apostando nas mudanças que o ano apresenta e com foco na esperança de que é possível um novo Brasil, que movimentos e organizações populares em todo o país vem se articulando através da construção de comitês populares na ideia de, junto com o povo, debater sobre soluções para os principais problemas sociais. O objetivo é criar movimentos fortes e bem articulados que possam discutir sobre a reconstrução do Brasil.

Em Mossoró, essa jornada de luta já está acontecendo. Mulheres de diversas organizações vem realizando encontros mensais, com o intuito de construir esses espaços pelos quais a militância recebe orientação sobre como mobilizar sua comunidade e trazer mais gente para a luta. A proposta é construir diálogos nos bairros, com a classe trabalhadora e a sociedade em geral, assegurando uma luta que inclua a participação de todas as classes sociais. 

Segundo Michela Calaça, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), os comitês populares de lutas são espaços de diálogos sobre o Brasil que a gente quer. “Espaços onde a gente quer conversar com as pessoas sobre o preço do alimento, ampliação da violência, qual o projeto que elas querem para o país. Eles pretendem conversar com todo mundo, com todas as pessoas que tiverem interesse em construir um país melhor, sem fome, um país que seja, de fato, para todos e todas. O comitê popular é esse lugar de debate de que país a gente quer construir”, destaca. 

Michela acrescenta ainda que o objetivo é proporcionar um espaço para que as pessoas possam falar sobre o que estão vendo acontecer no país e como tem impactado na vida dessas pessoas o aumento do preço combustível, o aumento do preço dos alimentos, a falta de transporte público, entre outros problemas como o crescimento da violência homofóbica, que vem sendo registrada em Mossoró. 

Para Layanne Alencar, gastrônoma, mestra em ciências naturais e também militante da Coletiva Motim Feminista/AMB-RN, a formação e atuação dos comitês populares é fundamental para reconstruir um país melhor para todos, todas e todes. Ela acredita que por meio desses espaços organizativos é possível fortalecer a luta por um país mais justo. 

“Precisamos urgentemente debater pautas sociais que são chave para superarmos nossa condição atual a qual o capitalismo traz, que massacra a vida de milhares, sobretudo povos tradicionais – indígenas, quilombolas e pesqueiros -, pessoas da periferia, além de devastar desenfreadamente nossa biodiversidade em função do lucro de poucos”, ressalta. 

Mesmo tendo que dividir o tempo entre os estudos e o trabalho, Layanne tem disponibilizado espaço para luta, sendo uma das que atua na formação dos comitês. 

“Devemos agir enquanto ainda podemos reverter esses quadros e o Projeto Brasil Popular traz consigo uma perspectiva muito interessante de como podemos seguir adiante, fornecendo a base teórica e mecanismos práticos para construirmos esse sonho possível”, diz. 

As reuniões acontecem mensalmente e é um espaço aberto a todos e todas que queiram somar nessa luta de reconstruir o país. Além de tratar dos principais problemas, os comitês são espaços para pensar que as mudanças são possíveis. 

“É também um espaço para pensar esperança, pensar como mudar esse cenário. Os comitês vão estar em todos os bairros, todos os lugares, e neles é só chegar, caso tenha interesse em discutir um país melhor, uma expectativa de esperança”, Michela.

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