Escola de Formação Feminista e sua contribuição para o conhecimento sobre feminismo

As lutas das mulheres pela igualdade de direitos e condições sociais entre homens e mulheres é constante numa sociedade estruturalmente machista que relativiza a violência contra mulher e sustenta a ideia de que as mulheres são inferiores. Dentro desse contexto, considerando o longo caminho que há pela frente, o feminismo segue discutindo questões que afetam as mulheres de uma forma geral, como a desvalorização do trabalho, assédio, violência em suas variadas formas, entre outros tipos de opressão. O fato é que, o feminismo continua sendo necessário para as mulheres.

Em Mossoró, o Núcleo de Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir (NEM/Uern), iniciou em abril desse ano a Escola de Formação Feminista. Um espaço de formação feminista que vem ampliando a compreensão do feminismo, da cidadania e dos direitos humanos. De acordo com a professora Suamy Soares, do curso de Serviço Social (FASSO), coordenadora do NEM, a ideia era que o curso fosse de uma formação continuada, construindo um espaço dentro do núcleo e que fosse um espaço de formação para discentes, docentes da Uern e para a comunidade em geral.

“Pensamos na escola de formação feminista com sete módulos, bem introdutório, para pensar sobre as pensadoras”, explica. Ao longo do curso, a Escola já trouxe estudos sobre o pensamento da bell hooks, facilitado pela professora Janaiky Alemida (UFRN); Judith Butler, com a professora Cristiane Marinho (UECE); Heleiteth Saffioti, com a professora Fernanda Marques (UERN) e Ilidiana Dinis (Ufersa); Lélia Gonzalez, com a professora Lucélia Pereira (UNB); Nancy Frazer, com a professora Mariana Manzini (UFRN) e Simone de Beauvoir, por Suamy. Ela acrescenta que a Escola de Formação Feminista será fechada esse ano com o módulo das feministas francesas, que será com Verônica Ferreira do Instituto SOS Corpo.

O curso já é considerado um sucesso e atendeu as expectativas das idealizadoras. Foram sete módulos de pensadoras clássicas e cerca de quatrocentas pessoas participaram. A consolidação desse espaço fez com que o Núcleo já projetasse a continuação. Na próxima Escola de Formação Feminista o curso será voltado para as pensadoras negras. “A gente quer focar o pensamento negro na Escola de Formação Feminista. O pensamento do feminismo negro tem grande contribuições para o entendimento do patriarcado brasileiro, machismo brasileiro, até mesmo da nossa formação sócio-histórica, enfim, a ideia é que a gente comece o ano que vem, pensando a partir dessas pensadoras negras, a partir dessa contribuição cientifica que elas estão fazendo para gente”, destaca.

A professora destaca ainda que a ideia para 2022 é que o curso seja presencial e hibrido, considerando a boa receptividade e a participação de pessoas de todo o país nos módulos que foram trabalhados no formato remoto. Dessa forma, a proposta de ser presencial e hibrido é para que continue sendo possível a participação de pessoas de outros estados. “A escola teve como fazer alguns intercâmbios nesse contexto de ensino remoto. Algumas ações foram fortes e potentes e juntou gente do brasil todo”, disse.

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