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Ana Flávia Colunistas

Por que a juventude potiguar precisa de um Senador do PT, de Lula e de Fátima em 2022?

Neste dia 13 de fevereiro, a Secretaria Estadual da JPT do Rio Grande do Norte deu um importante passo na contribuição com o debate de tática eleitoral partidário. A JPT-RN aprovou uma resolução defendendo a candidatura do senador Jean Paul ao Senado Federal em 2022 e reafirmando que no projeto de melhoria da vida do povo potiguar não cabe ressuscitar as atrasadas oligarquias que já foram derrotadas, colocando um vice dos Alves.
A aprovação dessa resolução tem aspectos importantes e que estão diretamente relacionados com o compromisso da juventude petista com os sonhos dos jovens potiguares. Isso porque em todo o Brasil a juventude encontra-se hoje à mercê do desemprego, da desesperança, da morte, da fome, da falta de moradia, do trabalho precarizado e de uma política de expulsão de dentro das escolas e universidades porque a ela resta ter que escolher entre estudar ou trabalhar pra sobreviver. Assim, acreditamos que é tempo de aproveitarmos as eleições para fazermos a disputa dos nossos melhores sonhos, trazendo de volta um Brasil feliz de novo e dando continuidade à construção de um RN com norte.
É nesse cenário tão duro que não podemos, enquanto Partido dos Trabalhadores, abrir mão de nossa força no Senado Federal. Até porque precisaremos dar as condições para que a Governadora Fátima faça um segundo mandato ainda melhor do que o primeiro, tendo no Senado um nome de confiança, como o de Jean Paul, que destine recursos ao nosso governo, defenda os interesses do RN e contribua para o nosso desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, em um governo Lula, precisaremos de senadores alinhados com nossa política para aprovar projetos voltados para a nossa juventude e para a classe trabalhadora. Lula precisará de força para desfazer as medidas golpistas que impedem a geração de empregos e o crescimento econômico do país. Para isso, não podemos apostar em alianças com quem carrega um histórico político de traições, de política rasteira e de política anti-povo. E esses o Rio Grande do Norte conhece bem.
Do mesmo modo, não podemos subestimar a força de Lula e Fátima no nosso estado. As pesquisas são cirúrgicas: 66,4% do povo potiguar poderia votar em um candidato apoiado pelo presidente Lula, enquanto 65,30% não votaria de modo algum em um candidato apoiado pelo miliciano Jair Bolsonaro. De tal modo, as últimas pesquisas para o senado tem revelado a rejeição aos candidatos bolsonaristas ou que já tiveram alguma relação com o bolsonarismo, sendo Carlos Eduardo o que mais cai nas pesquisas. Por outro lado, Jean tem ocupado a importante posição de segundo colocado nas pesquisas espontâneas, num momento que ainda há pouca vinculação com o mote de ser o candidato de Lula e de Fátima.
Isso revela o que já sabemos: a oposição não apresenta um nome firme ao senado, ao passo em que o petismo e a esquerda tem um imenso potencial eleitoral para manter sua representação. Nesse sentido, não podemos fazer um péssimo acordo, que nos fará perder uma importante presença no senado a troco de quase nada, ou melhor, a troco de um traíra.
Valem os questionamentos: o que é melhor pra o povo potiguar, disputar as eleições com Jean Paul, um senador do PT, ou com Carlos Eduardo, uma ratazana que está associada ao bolsonarismo e que nem votos agrega em nossa chapa? Como nós queremos continuar com o projeto que temos e resgatar o Brasil de tanta miséria e barbárie indo para as ruas pedir voto para alguém que sempre esteve ao lado do atraso e das políticas de retirada de direitos da classe trabalhadora? Não será contraditório disputar uma eleição com quem estava, até pouco tempo, sendo oposição ao nosso governo? O que as pessoas irão achar de tudo isso?
Nesse ponto, cabe mencionar questões sobre o projeto político, alianças e, dentro da política de alianças, entender que as vagas de vice e senado são cargos de extrema confiança.
Digo isso porque sabemos, é claro, que as digitais para tamanha barbárie e desesperança que estamos vivendo e que foram apontadas no início está nas mãos, sobretudo, daqueles que em 2016 implementaram um Golpe no nosso país. Foram eles que contribuíram para a implementação de um projeto de retirada dos direitos da juventude brasileira, que se deparou com o sonho cada vez mais distante da carteira assinada, das vagas de emprego, da possibilidade de uma aposentadoria e até mesmo de ter em suas mãos um diploma. Esse mesmo golpe foi o responsável por colocar a maior liderança do povo brasileiro, o Presidente Lula, atrás das grades, impedindo-o criminosamente de participar das eleições, e deixando o Brasil, por sua vez, nas mãos de um defensor de uma política de morte do nosso povo, em especial da nossa juventude.
Aqui no estado do Rio Grande do Norte, os responsáveis por tudo isso nós conhecemos de perto: as oligarquias do atraso, especialmente os Alves, Farias, Maias e Rosados, a base militar e fundamentalista da bancada na Câmara e Senado e o núcleo duro do bolsonarismo hoje. Todos esses setores carregam em suas digitais o apoio ao Golpe e a todas as medidas anti-povo do governo Temer (Reforma Trabalhista, Emenda Constitucional do Teto dos Gastos, desmonte da Petrobrás, Reforma do Ensino Médio, etc) e continuam sendo base de sustentação do próprio governo Bolsonaro, aprovando a Reforma da Previdência e votando pela privatização da Eletrobrás e dos Correios. São esses mesmos setores que hoje tentam, a todo custo, desestabilizar o Governo Popular da Professora Fátima no nosso estado.
Aqui, vale um adendo no papel que cumpriu o nosso adversário ao Governo do Estado em 2018, Carlos Eduardo Alves (apesar de derrotado) para a eleição de Bolsonaro, na propagação de fake news contra a governadora Fátima e o PT, e na reafirmação de um projeto político de retirada dos direitos da juventude e da classe trabalhadora.
Carlos Eduardo sempre foi, e após 2018 nunca deixou de ser, uma ratazana que esteve à disposição de atacar um Governo sério, que ousou enfrentar a pandemia, salvando vidas; que investiu em políticas públicas para a juventude e que tem feito o que nenhum governo fez nesse estado antes.
Teremos uma eleição dura em 2022. Entendemos que precisamos, mais do que nunca, encantar a juventude para a conquista dos nossos melhores sonhos: o sonho de viver; de ter direito a um emprego digno; de ter acesso à cultura, ao lazer, à saúde e aos estudos; de poder se conhecer e reconhecer como gente!
Não podemos colocar numa vaga de Senado ou de Vice os Alves, que foram responsáveis pelas amarras e pelo atraso do nosso estado. Ao PT não cabe escolher entre dois Alves para ocupar a vaga de vice ou de senado. Pelo contrário: é nosso dever terminar de enterrá-los politicamente de uma vez por todas, reafirmando o projeto vitorioso em 2018 e não dando de presente aos nossos algozes um cargo para fortalecê-los para que eles nos sabotem a partir de 1° de janeiro de 2023.
Portanto, o que foi aprovado ontem na JPT trata-se de sonhos e da responsabilidade da juventude petista com os sonhos. Trata-se de, frente à tanta miséria e barbárie, devolver a possibilidade de sonhar à nossa juventude. E com sonhos, a gente não tem o direito de brincar.
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Ana Flávia

Primeira interventora da UFERSA: motivo de honra?

O Governo Bolsonaro tem imprimido uma série de ataques à educação pública. Dentre eles, o ato de nomear interventores para a Reitoria das nossas universidades e institutos federais. Interventores são, nada mais nada menos, do que aqueles que não foram eleitos pela comunidade acadêmica para assumir o posto máximo de gerência nas nossas instituições federais de ensino. As intervenções, que hoje passam de 20, tem características que devem ser analisadas: são firmadas em um amplo acordo político com o bolsonarismo, os militares e as oligarquias dos nossos estados; são antidemocráticas porque perseguem estudantes e servidores por meio de aberturas de Processo Administrativo Disciplinar ou tratando o movimento estudantil como caso de Polícia Federal; e, por fim, são anti-povo, uma vez que os interventores e interventoras estão nas nossas instituições para aplicar a política de expulsão da classe trabalhadora dentro delas.

Quando a intervenção na Universidade Federal Rural do Semi-Árido se consumou com a nomeação da interventora e ilegítima Ludimilla Serafim, a equipe interventora e o bolsonarismo se vangloriaram de que a UFERSA teria a primeira Reitora da história. Foram além: criticaram a postura do Diretório Central dos Estudantes da UFERSA, que se opôs ferrenhamente contra essa infâmia na história da nossa universidade, alegando que seria uma postura hipócrita, uma vez que criticava a chegada de uma mulher em um espaço de poder.

Ocorre que temos muita clareza no que defendemos: defendemos mais mulheres na política, mas não qualquer mulher. Para nós, não adianta defender uma mulher que representa tudo aquilo que nós, enquanto feministas e socialistas, combatemos: o bolsonarismo; uma sociedade desigual e injusta; e uma universidade para poucos e subserviente ao que há de mais retrógrado na política potiguar, os milicianos e as oligarquias.

Então, não podemos reduzir o enfrentamento ao Golpe na UFERSA ao ataque à “primeira reitora” da universidade, esvaziando o debate sobre o projeto político que ela representa. Primeiro, porque quem foi capaz de aceitar e barganhar o posto de interventora jamais terá a dignidade de ser Reitora. Segundo porque a nossa sororidade tem classe: é para com as mulheres trabalhadoras, que vivem na labuta diariamente, que pegam ônibus, que precisam de uma residência universitária pra morar e que dá duro pra sobreviver. A nossa luta é nesse campo.

Ora, uma interventora que toma como primeira ação a criminalização do movimento estudantil, fazendo com que a Polícia Federal bata à porta da casa de uma estudante, representante do DCE, nada mais deixa evidente que estamos numa batalha em que nos dois polos existem mulheres, mas que essas mulheres representam interesses antagônicos e que uma delas, junto com todo seu projeto político, precisa sofrer uma grande derrota. Essa derrota, caras leitoras e leitores, precisa ser liderada por todos nós e nós, mulheres estudantes da classe trabalhadora, cumprimos um papel fundamental nesse enfrentamento. Vejamos adiante porquê.

Estamos em um contexto de diversos ataques do atual governo, que nós, mulheres estudantes, nos vemos diante de condições mais acirradas, que dificultam a manutenção do nosso vínculo com as instituições de ensino. Afinal de contas, frente aos cortes orçamentários, as bolsas, que nos garantiam permanecer na UFERSA, podem ser cortadas a qualquer momento. As vagas para o auxílio creche, que há tempos não aumentam, correm o risco de diminuir frente ao número de novas ingressantes na nossa instituição. O trabalho remoto aliado ao trabalho doméstico tem nos tirado mais ainda o tempo livre.

Para nós, que há pouco tempo estávamos discutindo como ter segurança nas nossas vilas acadêmicas, como acabar com a política de assédio sexual institucional, como garantir políticas institucionais de saúde para as mulheres residentes em parceria com o Ambulatório de Ginecologia da universidade, nos vemos em uma situação ainda mais emblemática com essa pandemia.

A primeira interventora da UFERSA se apresenta como representante fiel da política de morte e de destruição dos nossos direitos. Representante fiel do bolsonarismo. Ludimilla, portanto, jamais representará a luta das mulheres do nosso povo. Quem se vende a um projeto que vem destruindo a educação pública e os direitos das mulheres jamais representará as mulheres estudantes da nossa universidade.

Nós, mulheres estudantes da UFERSA, lutamos por uma universidade democrática, popular, sem violência contra a mulher, que garanta a permanência das mulheres trabalhadoras na nossa instituição. Pelas nossas vidas, lutamos pelo FORA BOLSANARO e pelo FORA LUDIMILLA JÁ!