A importância de espaços que promovam a educação antirracista e não discriminatória em nossas escolas

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Este texto tem por objetivo, contar um pouco sobre a trajetória de 10 anos de existência do núcleo, mas também dialogar com você educador e educadora, sobre a importância de criação de espaços educacionais inclusivos e que promovam a diversidade e o respeito na escola.  Em 2013 criamos o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Diversidade – NEGEDI no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), fruto de um projeto de extensão e nosso propósito era promover a visibilidade e destaque a questões relacionadas a mulheres, negros e negras, LGBTQIAPN+, indígenas e pessoas com deficiência que já estavam organizados em coletivos estudantis, experiências acadêmicas, ensino, extensão e pesquisa acadêmica.

Pois acreditamos ser importante ter um espaço para propor e debater temas relacionados a mulheres, negros e negras, lgbtqiapn+, indígenas e pessoa com deficiência, essa foi a principal bandeira do NEGEDI desde sua fundação, por entender que estes assuntos deveriam incidir política e institucionalmente nas pautas do Instituto e não de forma secundária ou apenas em pautas de eventos institucionais.

Ribeiro (2019), em seu livro “Lugar de Fala”, destaca a importância de não abordar as particularidades e temas relacionados a grupos minoritários de forma universal e homogênea, para evitar a invisibilidade ou generalização de suas problemáticas. Em outras palavras, torna-se necessário conceber ações e medidas específicas para os estudantes que ingressam em nossas instituições educacionais, considerando suas diversas origens socioeconômicas, identidades étnicas, orientações sexuais, identidades de gênero e deficiências.

Portanto, não é apropriado formular propostas uniformes em relação à categoria “estudantes” para garantir o acesso ao ensino, pesquisa e extensão, sem levar em conta as múltiplas opressões que esses indivíduos enfrentam devido ao racismo, machismo, LGBTfobia e capacitismo. Torna-se fundamental reconhecer as interseções cruciais entre as categorias de gênero, raça, etnia, sexualidade e classe neste debate, a fim de direcionar ações afirmativas e iniciativas que combatam todas as formas de opressão e preconceito no ambiente escolar.

bell hooks (2017), em seu livro “Ensinando a Transgredir- Educação como Prática da Liberdade”, afirma que “apesar de o multiculturalismo está atualmente em foco em nossa sociedade, especialmente na educação, não há nem de longe, discussões práticas suficientes acerca de como o contexto da sala de aula, pode ser transformado de modo a fazer do aprendizado uma experiencia de inclusão”. Neste sentido, entendemos que a sala de aula deve ser um ambiente de partilhas, aprendizados e respeito, um espaço de diferentes culturas e liberdades de credos e crenças.  E com base nesta perspectiva e compreensão que o NEGEDI forjou sua identidade, e defende desde sua existência a necessidade de constituirmos ambientes educacionais  livre de todas as formas de discriminações e preconceitos. E para tanto se faz necessário que de fato a escola, planeje e priorize a inclusão e a diversidade sexual, étnico-racial e de gênero como parte de seu processo educacional, envolvendo desde os currículos educacionais, a metodologia de ensino, a formação de seus profissionais e os procedimentos adotados no campo da pesquisa e dos projetos de ensino e extensão.

O NEGEDI  ao longo de seus 10 anos tem promovido importantes debates no interior do IFRN, realizando inúmeras atividades como cursos, palestras, seminários, projetos de extensão e pesquisa, atividades artísticas, culturais  e audiovisuais para impulsionar esta temática  no campo formativo, político e acadêmico, bem como apoiando  as pautas dos coletivos  estudantis e da categoria, em parceria com os grêmios, coletivos estudantis contribuindo no seu fazer político e social, bem como  outras instituições parceiras do movimento social e institucional, além de  lideranças políticas e sociais do Estado, o que nos oportunizou ter nossa luta e trajetória reconhecida pela sociedade potiguar como o prêmio JATOBÁ em 2022, honraria concedida a pessoas e organizações que desenvolvem trabalhos educacionais e sociais em defesa da educação e da equidade racial.

Você educador(a), também pode criar um espaço de diversidade e inclusão na sua escola, um núcleo de estudos e pesquisas, clubes de leituras, espaços de formação e estudos, para favorecer o acolhimento, diálogo e o respeito as diferenças, tornando o ambiente seguro e inclusivo para seus alunos/as, onde o preconceito, racismo, machismo e a LGBTfobia e o anticapacitismo não tenham lugar. E os profissionais da educação tem papel fundamental nesta mudança de paradigmas.

Nós do NEGEDI seguimos avançando em defesa de uma educação pluriversal que reconhece e considera saberes, conhecimentos e trajetórias oriundas das diversas culturas e tradições dos povos que formaram nossa nação como negros e indígenas e outras populações tradicionais. Ampliando o espaço do conhecimento e o aprendizado além da escola formal. Conceber outras epistemologias afro-indígenas no contexto escolar e não apenas uma única historiografia contada e reconhecida como válida no processo educacional vigente.

O NEGEDI foi pioneiro como primeiro núcleo de estudos nesta temática no IFRN e a se constituir como referência no tema da Rede Federal na educação profissional no Nordeste. Por isso temos muito orgulho de nossa trajetória e seguiremos   articulados (as), fortalecendo conjuntamente estas pautas e iniciativas em prol de uma educação pluriversal e sem preconceitos e discriminações e convidamos você a se juntar nesta luta conosco!

Viva Os 10 anos de existência do NEGEDI!

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