Todo dia um 7 x 1 diferente

Certo dia, num dos inúmeros grupos de WhatsApp, conversando amenidades sobre vários perrengues que passamos todos os dias, uma colega disse: “Todo dia um 7 x 1 diferente!”. Isso ficou na minha cabeça por dias, até que dia 8 de junho de 2022, às 14 horas, mais um se concretizou. Aconteceu um julgamento onde o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu julgar em prol das operadoras de planos de saúde, taxando milhares de vidas dos assistidos.

Aquele placar de 7 x 1 quase se concretizou de fato não fossem três dos ministros exporem que economia e operadora de saúde alguma estaria acima de uma vida, enquanto os outros 6 sobrepujavam a política neoliberal exacerbada nos últimos tempos com discursos que causavam ojeriza. Muito foi discutido e encampado por inúmeros grupos desde fevereiro, fazendo até ser adiado o processo, mas o que tanto temíamos se findou. A cada voto contrário a nosso desfavor, ou seja, da vida e dignidade humana, era um grito de horror e socorro de inúmeros usuários. O choro era contumaz tal e qual aquele, aquele mesmo 7 x 1 da Copa do Mundo do Brasil. A cada negativa ia se esvaindo o mínimo de esperança que ainda poderia restar.

O choro era inglório tal e qual aquele dia, inúmeras pessoas assistiam incrédulas a tamanhos disparates. O Brasil inteiro perdeu, os milhares de segurados também. Foram 6 votos para o rol taxativo contra 3 para o exemplificativo. Os argumentos dos ministros foram um soco no estômago para quem vive um distanciamento brutal do que seja digno nesse país, onde pagamos uma das mais altas cargas tributárias do mundo; pessoas que se apegam a uma esperança que o plano de saúde possa dar, uma cobertura mais ampla e digna que assegure sua saúde e de sua família.

Prevaleceu as incoerências taxativas de quem não sabe o que se sacrificou mês a mês num boleto que lhe traga esperança; o que vimos foi, mais uma vez, uma justiça injusta e relegada a um lobby de seguradoras milionárias que só visam lucros. Passados poucos dias da decisão já assistimos a negativas de solicitações prescritas por médicos pelo simples fato de não estar no rol. E, como foi divulgado nas mídias, é preciso ratificar: O ROL TAXATIVO MATA!

E, como ficaremos depois disso? Só Deus e o tempo saberá, enquanto isso só nos resta rezar…

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