No Ritmo do Coração (Coda, no idioma original) recebeu três indicações ao Oscar 2022 após vencer 4 prêmios no Festival Sundance de Cinema de 2021. Na história, que é uma refilmagem do filme francês A Família Bélier (2014), acompanhamos a vida de uma adolescente chamada Ruby, única pessoa ouvinte de sua família, já que seus pais e seu irmão são surdos.
A jovem carrega a grande responsabilidade de ajudar a família a se comunicar e compreender o “resto do mundo”, ponto de partida para os principais conflitos estabelecidos na trama. Ruby percorre um longo caminho de autodescoberta e de amadurecimento, desenvolvendo sua paixão por música e, ao mesmo tempo, lidando com as obrigações de ser a única ouvinte de sua família.
Mesmo não se tratando de uma história com alto grau de complexidade, é delicioso assistir ao longa, que, frise-se, tem a maioria de seus diálogos representados em ASL (língua americana de sinais). A diretora e roteirista Sian Heder soube conduzir a história com tamanha delicadeza, que não é difícil para o espectador se emocionar.
Outro ponto que me chamou atenção no longa foi a escalação dos protagonistas, surdos na vida real, assim como seus personagens. Acredito que, não à toa, o filme conquistou tanto a crítica quanto o público, e está disponível atualmente na plataforma de streaming Amazon Prime Video. Por se tratar de uma história com tamanha representatividade, que fala, acima de tudo, sobre o amor em família e os desafios de enfrentar o mundo após atingir a maturidade, No Ritmo do Coração se tornou, para mim, uma das melhores surpresas desse ano.