Fresh: sobre a acidez dos relacionamentos modernos.

Já fazia algum tempo que eu não assistia a um filme que me surpreendesse para além dos já saturados “plot twist”* que vemos na maioria das produções atuais. Por esse motivo resolvi trazer a indicação de um longa atual e ao mesmo tempo original justamente porque subverte as expectativas do espectador sobre os clichês da maioria dos filmes terror e suspense.

Em Fresh (2022), vemos uma jovem adulta chamada Noa se frustrar com encontros marcados através de aplicativos de namoro. Ela, no entanto, acaba conhecendo um cara “na vida real” chamado Steve, com quem começa a ter um relacionamento “dos sonhos. Noa aceita um convite de Steve para uma escapada de fim de semana, mas descobre que o novo amante esconde alguns segredos incomuns.

Através de uma obra de terror cômico, a diretora estreante Mimi Cave explora de maneira subjetiva e ao mesmo tempo escancarada o que as mulheres podem enfrentar ao entrar em relacionamentos com desconhecidos. É uma forma de crítica não só aos relacionamentos atuais, mas também à objetificação da mulher que é perpetuada por séculos, independentemente da cultura sobre a qual estamos falando.

Para mim, a maior carta que o filme entrega é colocar, em uma mesma narrativa, elementos do que seria mais uma comédia romântica comum em conjunto com situações que beiram o bizarro, o sombrio e o horror. A temática lembra um pouco o vencedor do Oscar Bela Vingança (2020), sobre o qual eu também já escrevi por aqui.

Fresh está disponível no streaming Star+ e conta com nomes como Sebastian Stan, Daisy Edgar-Jones e Charlotte Le Bon no elenco.

 

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* Plot twist é uma mudança radical na direção esperada ou prevista da narrativa de um romance, filme, série de televisão, quadrinho, jogo eletrônico ou outra obra narrativa.

 

 

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